Um texto de outra tradição sobre a energia do corvo, meu amado guardião

“Aloha!

Narram às lendas que o Corvo era fascinado por sua sombra. Ficava olhando, brincando, tocando, arranhando, bicando e se deliciando com ela até que esta criou vida e engoliu o Corvo.
Ao olharmos para os olhos deste animal, podemos perceber que ali existe um portal para as dimensões invisíveis. Ele contém o incognoscível, o impenetrável mistério do Mundo da Criação e por isso é considerado o Guardião das Leis Sagradas e desse modo pode dobrar, manipular essas leis e moldá-las de acordo com sua vontade.
O Corvo que também é o protetor dos arquivos de toda a historia e conhecimento Ancestral. Ele nos ensina que as Leis Humanas não são as mesmas que as Leis Sagradas.
Ele nos fala que a forma como nós, humanos, vemos a realidade física é pura ilusão.
Existem milhões de Mundos, infinitas criações nas quais o Grande Mistério habita em cada uma delas.
Sua energia nesta semana é um é prenuncio de mudanças. Ou seja, devemos parar e observar como interpretamos as Leis do Grande Espírito e as leis dos humanos.
Sua energia nos alerta para sabermos se estamos infringindo alguma lei. Será que não estamos mentindo, enganando, trapaceando ou nos perdendo, fingindo que não estamos entendendo o que está nos rodeando.
O Corvo vive no vazio, no vácuo e aí não existe tempo.
Os ancestrais nos falam que o esse animal pode ver as três dimensões: passado, presente e futuro. Ele contem a luz e a escuridão, as trevas e pode enxergar tanto a realidade interna como a externa.
Ele nos faz resgatar e trabalhar com os nossos conhecimentos intuitivos sobre o bem e o mal, nos ajuda a retirar cada véu, desvendar, achar e viver a verdade, sem interferências ou vontades.
O Corvo nos ensina a endereçar com determinação e convicção as nossas vontades, desejos e objetivos para transformar e ordenar a justiça, o equilíbrio e a harmonia.
Estar pronto para caminhar nas suas palavras, falar a sua verdade, saber o seu papel, sua missão, e trabalhar com o passado, presente e futuro no aqui e agora é o presente que o Corvo nos oferece.
Quando aprendemos a trabalhar e permitir que a integridade e honra sejam os nossos Guias, a sensação de se estar sozinho é banida para sempre. Só assim a sua verdadeira vontade, seu poder pessoal poderá tornar-se a sua realidade.
Medite com o Corvo e peça que ele nos abra os véus dos mistérios.”
Munay - Wagner Frota

Gratidão e Desejos...

Gratidão e desejos...

Volto mais uma vez da mata, como de um retorno à casa da família, rever irmãos que me acompanham sempre apesar da distância.

Sinto que demoro a aportar aqui como sempre acontece. Como também a cada vez se torna mais difícil entrar no ritmo de nossa sociedade materialista e desigual.

Já começo a esperar outra visita até que a saudade se transforme numa inquietação constante e seja hora de nos encontrarmos novamente.

Sinto-me privilegiada por ser brasileira, por ser dessa terra com gente de todas as cores, então sou filha da terra e assim sendo igual a todos os filhos dela.

É sempre uma emoção poder abraçar minhas irmãs que espero estejam lá quando eu voltar, que estejam protegidas do fogo, da ignorância de muitos, da ganância desmedida e do descaso de muitos governantes.

Desejo que os homens que detém o poder que olhem pelas nossas matas, protetoras da água da vida, abrigo dos nossos irmãos animais e refúgio de nossas vidas carentes de saúde física e mental.

Nós valorizamos, pois já destruímos e perdemos o que tínhamos aqui, ao mesmo tempo em que observando a cada ano que passa a destruição que avança, me pergunto, será que ainda não aprendemos com nossos erros?

Pena que sou apenas um corvo que ouve o grito de socorro das irmãs que sucumbem ao fogo e das moto serras para ceder seu espaço para pastagem que breve será desertificado ou erodido e do gado de olhar doce que breve será abatido a quanto sofrimento...

Sinto gratidão a essa terra que nos acolhe com tanta generosidade e suas medicinas sagradas, ao que resta de suas matas e as vidas que ali tem seu refúgio.

Desejar que não seja o caminhar para o fim, que haja discernimento, já que o bom senso não caminha com o Novo Código Florestal, que os homens com poder de mando sejam tocados pelo poder do amor e da vida e não pelo poder do dinheiro e da destruição.

Feliz 2012 para os povos da floresta, para as onças, jibóias e jabutis, que as araras voem livres, que todos nós aprendamos a viver em liberdade e união.

Feliz 2012 para todos nós, principalmente para os abandonados a própria sorte pelas ruas, que todos encontrem uma vida melhor.

Hauss! Hauss! Hauss!