A Historia do Cipo (Hunikuin)
A história do cipó é sobre um índio caçador da floresta e uma índia encantada.
Um dia, o índio foi caçar dentro da floresta. No caminho, na beira do lago, encontrou um pé de jenipapo, fruta que dá fartura e comida aos bichos da mata.
Ele parou de caminhar. Tinha muito rastro de anta e veado. Pensou e fez uma tocaia para poder esperar a anta e o veado. Fez uma casa pequena de palha de jarina bem fechada. Entrou na tocaia e ficou esperando os animais. Nada de chegar o txashu (veado) e awa (anta). Ficou aperreado, sentiu sono e dormiu dentro da sua tocaia. De repente, ouviu um barulho, levantou-se para ver o que era. Viu uma awa procurando jenipapo.
Pegou três frutas de jenipapo e foi descendo devagarzinho na beira do lago.
O homem da tocaia começou a prestar atenção no segredo da anta, o que ela estava fazendo. A anta ficou na beira do lago, jogou as frutas de jenipapo para baixo, para cima e no meio. A awa ou anta ficou esperando e logo começou a sair muita espuma do meio do lago. No meio da espuma, ela boiou: uma mulher clara, de cabelos compridos e lisos, magra e bonita. Era uma mulher jiboia que vinha atrás da anta. Ela subiu pra terra, abraçou e beijou a awa. A anta transou com a mulher jiboia.
O homem da tocaia viu o segredo da awa e, somente observando, apaixonou-se pela mulher encantada.
A awa terminou de fazer amor com ela e combinou para se encontrarem na outra semana. O homem dentro da tocaia ouviu a conversa dos dois. A awa foi embora e a mulher sumiu para dentro do lago. O homem pensou. Saiu de dentro da tocaia fazendo do mesmo jeito que a awa fez: pegou três frutas de jenipapo, jogou do jeito que ele viu. Demorou pouco tempo e começou a sair espuma, saiu do mesmo jeito, a mulher muito bonita (hadua). Ela chegou à beira do rio e procurou o homem que a chamou:
– Onde você está escondido? Saia logo.
O homem da tocaia ficou escondido e respondeu:
– Eu estou aqui, esperando por você.
Ela subiu para a terra e encontrou o homem sentado. Ela chegou perto dele e perguntou:
– Quem me chamou?
O homem respondeu:
– Fui eu. Estou chamando porque estava caçando, encontrei jenipapo na beira do meu caminho, vi anta e veado comendo muitas frutas de jenipapo. Fiz tocaia para ficar esperando veado e anta. A anta chegou e fez mágica no lago. Saiu uma mulher muito linda, eles tiveram relação, vi de dentro da minha tocaia. Quando foram embora, a anta e a mulher, fiquei apaixonado pela mulher. Fiz a mesma coisa que a anta fez.
O homem falou assim. Ela achou graça e respondeu para ele:
– Eu sou uma mulher, mas não sou daqui, eu moro muito longe. Faz tempo que tu estas aqui?
Ele respondeu:
– Faz horas. E eu vi tudo como a anta fez com a mulher. A mulher perguntou:
– Tu tens mulher?
O homem respondeu
– Eu tenho. E você, tem marido?
Ela falou:
– Somente tenho namorado.
– Então vamos txuta?
Ela aceitou. O homem txutou. Ela gostou muito de fazer amor. Depois disso, a mulher
não quis mais deixá-lo.
Ela o convidou para morarem juntos. O homem aceitou.
A mulher pegou remédio, botou no olho do índio, já encantado com ela. Ele foi com ela para a terra da jiboia, debaixo da água, para outro mundo. Virou encanto de jiboia.
Chegou a sua casa, entrou e ficou dentro de seu quarto. Ela falou assim pra ele:
– Eu vou avisar para o meu pai e a minha mãe.
Foi e avisou assim:
– Eu já consegui marido.
Os parentes dela gostaram dele. Ele morou com ela 12 anos, fez três filhos jiboia, dois homens e uma mulher. Um dia a mulher jiboia começou a preparar cipó para tomar com o seu povo. Quando estava tirando muito cipó e fazendo o preparo, o marido chegou e perguntou:
– O que é isso?
A mulher dele explicou:
Esse é cipó Huni Pae. Estou fazendo chá para beber e ver coisa bonita.
Ele ficou animado e disse:
– Então eu vou tomar também.
A mulher disse que ele não podia beber.
– Você é uma pessoa nova, que está conhecendo agora, então você não pode tomar
com a gente.
O homem teimou e tomou o cipó preparado. A mulher, o sogro e a sogra tomaram e
veio a miração muito forte, apresentando muita luz forte.
O homem não aguentou, quando a mulher começou a cantar, a sogra e o sogro estavam
cantando também. Ele começou a gritar, pensando que não retornaria mais. Estava vendo
na miração que seu sogro o estava engolindo, ele se viu dentro da jiboia.
Quando a pressão foi embora o homem parou de gritar, mas quando estava gritando
contou sobre a sua vida. E quando estava dentro da jiboia descobriu que a sua mulher era
uma jiboia. Até então ele não sabia que estava encantado.
Todos da família da mulher ficaram desconfiados, não estavam mais gostando dele.
O índio ficou todo triste e desconfiado, se fechou com ele mesmo. Ficou pensando que estava perdido morando muito longe de sua família antiga. Não tinha nenhuma ideia para voltar pra sua família.
Até que um dia chegou uma mulher bem morena. O homem estava sentado lá fora pensando, a mulher passou perto dele. E falou:
– O que você está pensando homem?
O homem respondeu:
– A minha mulher não quer mais morar comigo.
A mulher respondeu:
– Meu nome é Ixkê, moro perto da sua família, que você deixou. Está vendo o meu cabelo todo assanhado? É por causa de você, que deixou a sua família. Estão todos passando mal, eles queriam me pegar e puxaram o meu cabelo. Melhor tu ir embora, não morar mais aqui, a tua mulher jibóia está aprontando para te matar.
O índio falou com Ixkê:
– Como posso voltar?
– É muito fácil. É assim: vai pegando o igarapé, subindo até a cabeceira, e lá vai encontrar
raiz da paxiúba, onde está pingando água. Tu sais, vai embora.
Ixkê explicou pra ele. No outro dia o índio foi caçar, falou para mulher assim:
– Eu vou caçar e volto aqui.
Ele saiu bem cedinho, pegou o igarapé, foi subindo até encontrar com Ixkê e encontrou a raiz de paxiúba.
Boiou e apareceu perto da sua casa, deste lado do mundo.
Encontrou um parente dele, ficou na casa do cunhado antigo. Contou a sua história com a mulher jiboia.
O homem passou um tempo morando com seu cunhado.
Os três filhos que teve com a mulher jiboia estavam muito preocupados procurando o pai.
Deste lado do mundo, ele foi caçar de novo na beira do igarapé e encontrou o seu filho mais novo. O filho jibóia, vendo que encontrou o pai dele, chamou o outro irmão, a irmã e a mãe.
O filho que encontrou o pai, logo engoliu o dedo do pé. O filho jiboia gritou assim:
– Siri, siri, siri.
Veio o outro filho mais velho e engoliu até a coxa. Veio o outro filho mais novo e engoliu até a cintura.
O homem começou a gritar chamando seus outros parentes do mundo de cá:
– Venham meus parentes. As jiboias estão me engolindo.
Gritou para os outros parentes escutarem. O parente escutou, veio na carreira e encontrou o homem com a cintura sendo engolido pela parenta jiboia. Com os outros parentes, conseguiram tirar ele.
O homem ficou com o corpo todo mole, ficou na rede, estava doente, falou para seu cunhado:
– Quando eu morrer, me enterra. Passando seis meses pode me procurar na minha sepultura. Na parte direita vou virar cipó, na parte esquerda vou virar rainha. Tira o cipó, corta uma palma de comprido, bate com um pedaço de pau, tira a casca, bota água junto com a folha, pode cozinhar e depois, cantando, eu fico dentro do cipó explicando para você.
Foi explicando para o cunhado dele enquanto ele morria. Enterraram. Passou seis meses, o cunhado dele foi visitar a sepultura e já tinha nascido o cipó e a rainha. Tirou os dois juntos. Fez como ele havia explicado.
Fez o cipó, tomou, veio a miração. Teve muitas explicações, mostrando o futuro, presente e passado. É verdade, do homem surgiu o cipó. É essa a nossa história.
Mensagens do Corvo
terça-feira, 1 de maio de 2012
sexta-feira, 27 de abril de 2012
Transmutações
Tempos atrás quando resolvi assumir meu lado místico, mediúnico ou que nome se desejar atribuir fui em busca de caminhos.
Identifiquei-me com a bruxaria por se mostrar com leveza, amor e que ia de encontro como eu gostaria de trabalhar com os seres que amo.
Comecei minha peregrinação e me descobri capaz de atuar pelo bem estar de plantas, animais, pessoas como também interação com o mundo espiritual.
Comecei meus estudos e ainda tenho muito por aprender, tanto que ainda nem me considero possuidora de muitos saberes.
Um dos meus aprendizados mais difíceis foi e ainda é a convivência em grupo.
Aprendi a aceitar o outro, a tolerar divergências (embora ainda seja muito difícil aceitar que mexam em meus objetos, tanto quanto tolerar egos narcisistas) e aprendi também a me recolher na minha insignificância...
Hoje se torna insuportável a guerrilha manipuladora de egos inflados que pensam viver filmes de magia testando feiticinhos e energias mais pobres como fofoquinhas e/ou atiçando uns contra os outros.
É tempo de repensar minhas escolhas.
Com certeza jamais será o caminho de atividades coletivas ou gerenciamento de grupos.
Sinto cada vez mais a necessidade do caminho solitário e individual.
Não gosto de me mostrar nem virtualmente nem fisicamente. Para isso tenho meu ativismo ecológico e minhas relações afetivas.
Na magia prefiro o silêncio e anonimato. Para barulho e movimento tenho vida social quando quero.
Nesse balanço pré Samhain já vivenciei meu luto, morte, transmutação.
Que agora eu vivencie apenas o amor.
Amor pelos que se foram deixando saudade que ainda me dói o peito, sei que em algum momento deixará de doer e ficarão somente as doces lembranças.
É o momento de privilegiar e valorizar o que deve ser valorizado e privilegiado.
O resto fica como resto mesmo e que Morrighan leve consigo as tristezas e mágoas deixando comigo toda a intensidade do seu amor.
Identifiquei-me com a bruxaria por se mostrar com leveza, amor e que ia de encontro como eu gostaria de trabalhar com os seres que amo.
Comecei minha peregrinação e me descobri capaz de atuar pelo bem estar de plantas, animais, pessoas como também interação com o mundo espiritual.
Comecei meus estudos e ainda tenho muito por aprender, tanto que ainda nem me considero possuidora de muitos saberes.
Um dos meus aprendizados mais difíceis foi e ainda é a convivência em grupo.
Aprendi a aceitar o outro, a tolerar divergências (embora ainda seja muito difícil aceitar que mexam em meus objetos, tanto quanto tolerar egos narcisistas) e aprendi também a me recolher na minha insignificância...
Hoje se torna insuportável a guerrilha manipuladora de egos inflados que pensam viver filmes de magia testando feiticinhos e energias mais pobres como fofoquinhas e/ou atiçando uns contra os outros.
É tempo de repensar minhas escolhas.
Com certeza jamais será o caminho de atividades coletivas ou gerenciamento de grupos.
Sinto cada vez mais a necessidade do caminho solitário e individual.
Não gosto de me mostrar nem virtualmente nem fisicamente. Para isso tenho meu ativismo ecológico e minhas relações afetivas.
Na magia prefiro o silêncio e anonimato. Para barulho e movimento tenho vida social quando quero.
Nesse balanço pré Samhain já vivenciei meu luto, morte, transmutação.
Que agora eu vivencie apenas o amor.
Amor pelos que se foram deixando saudade que ainda me dói o peito, sei que em algum momento deixará de doer e ficarão somente as doces lembranças.
É o momento de privilegiar e valorizar o que deve ser valorizado e privilegiado.
O resto fica como resto mesmo e que Morrighan leve consigo as tristezas e mágoas deixando comigo toda a intensidade do seu amor.
domingo, 26 de fevereiro de 2012
Um Caminho
Um Caminho
Buscamos um Grupo de Bruxaria por diferentes razões.
- Sentimento de vazio sem razão aparente
- Alteração na saúde no plano físico/espiritual
- Necessidade de equilíbrio material ou espiritual
- A vida seguindo como água parada e precisando de um sentido
- Desacordo com outro segmento e procura por outro caminho
- Crença que resolverão seus problemas com encantamentos mágicos
- Curiosidade
- Imaginação que somos como filmes hollywoodianos
- Procura por interação afetiva
-Seguir uma referência individual,
- entre tantas outras diversas razões.
Assim como nossos conceitos de certo/errado fogem da concepção usual, cada grupo assume suas características próprias conforme suas lideranças, seus membros e a linha de estudo.
Se você tem mais de 18 anos, está em busca do autoconhecimento, tem comprometimento, responsabilidade e capacidade de seguir orientações, esse pode ser um caminho.
Não controlamos a vida pessoal de cada um, assim como cada um é que se escolhe para partilhar os aprendizados.
Aprendizados que muitas vezes são difíceis de serem assimilados pela incapacidade de entender que a mudança parte sempre de nós mesmos e chegamos muitas vezes com idéias pré-concebidas e dificuldades de mudanças de paradigmas, o que é sempre quebrado na medida que avançamos.
Encarar desafios do tipo: Como se comportar quando encontrar um desafeto no grupo, como agir para harmonizar o que eu desejo do grupo com aquilo que o grupo espera de mim, como deve ser o caminho? Do meu jeito ou do jeito coletivo?
Grupos de workshops esotéricos, rituais com plantas de poder e grupos de relacionamentos pululam em qualquer lugar e é muito fácil encontrar.
Disponibilizei-me para liderar nesse trabalho por acreditar que só aprendemos verdadeiramente quando estudamos para ensinar e ensinamos para aprender.
Acredito no bom senso de cada um, porém existe a necessidade de seguir instruções/orientações, senão não haveria sentido na formação de um grupo.
Abraços fraternos
Simone Raven
Buscamos um Grupo de Bruxaria por diferentes razões.
- Sentimento de vazio sem razão aparente
- Alteração na saúde no plano físico/espiritual
- Necessidade de equilíbrio material ou espiritual
- A vida seguindo como água parada e precisando de um sentido
- Desacordo com outro segmento e procura por outro caminho
- Crença que resolverão seus problemas com encantamentos mágicos
- Curiosidade
- Imaginação que somos como filmes hollywoodianos
- Procura por interação afetiva
-Seguir uma referência individual,
- entre tantas outras diversas razões.
Assim como nossos conceitos de certo/errado fogem da concepção usual, cada grupo assume suas características próprias conforme suas lideranças, seus membros e a linha de estudo.
Se você tem mais de 18 anos, está em busca do autoconhecimento, tem comprometimento, responsabilidade e capacidade de seguir orientações, esse pode ser um caminho.
Não controlamos a vida pessoal de cada um, assim como cada um é que se escolhe para partilhar os aprendizados.
Aprendizados que muitas vezes são difíceis de serem assimilados pela incapacidade de entender que a mudança parte sempre de nós mesmos e chegamos muitas vezes com idéias pré-concebidas e dificuldades de mudanças de paradigmas, o que é sempre quebrado na medida que avançamos.
Encarar desafios do tipo: Como se comportar quando encontrar um desafeto no grupo, como agir para harmonizar o que eu desejo do grupo com aquilo que o grupo espera de mim, como deve ser o caminho? Do meu jeito ou do jeito coletivo?
Grupos de workshops esotéricos, rituais com plantas de poder e grupos de relacionamentos pululam em qualquer lugar e é muito fácil encontrar.
Disponibilizei-me para liderar nesse trabalho por acreditar que só aprendemos verdadeiramente quando estudamos para ensinar e ensinamos para aprender.
Acredito no bom senso de cada um, porém existe a necessidade de seguir instruções/orientações, senão não haveria sentido na formação de um grupo.
Abraços fraternos
Simone Raven
domingo, 19 de fevereiro de 2012
Entre o Eu e o Ego
Entre o Eu e o Ego
Inimigo de nós mesmos... Por Lontra Voadora
Eu gostaria de me sentir sempre feliz! E quem não gostaria? Gostaria de sentir dentro de mim aquele sentimento de plenitude que experimento quando me sinto imensamente grata por aquilo que estou recebendo. Quando recebo amor, carinho, conforto, quando tenho paz em meu coração! É assim que gostaria de me sentir, sempre. No entanto, a vida é cheia de paradoxos, e nós sabemos que não podemos estar sempre cem por cento felizes, pois no dia-a-dia muitas vezes choramos de tristeza, sentimos dor pela falta de amor, pela falta de alimento e de conforto.
Nossa existência nos leva a experimentar a tristeza para que possamos reconhecer a felicidade. Sim, creio que precisamos do preto para reconhecer o branco, precisamos da fome para reconhecer a saciedade, precisamos da carência afetiva para reconhecer a felicidade de amar. Mas somos gratos por aquilo que recebemos? Bem, essa é outra historia! Normalmente nos esquecemos de agradecer por aquilo de bom que recebemos, mas nos queixamos, sim, nos
queixamos muito por aquilo que não temos. De manhã, quando abrimos os olhos, nos lembramos de agradecer pela vida? Normalmente o Eu interior agradece, mas o Ego não. Sabem o por quê? O Ego é o outro eu, ou seja, é um eu imaginário, criado à imagem e semelhança dos outros!
O Ego se espelha nos outros, pois é criado em nós pelo ambiente, pela sociedade em que vivemos, pela mãe e pelos parentes que nos rodearam quando crianças. É através dessas pessoas que construímos o Ego. São eles, aqueles que nos rodeiam, que permeiam nossa mente de modelos para nos servirem de espelho. O Ego nos é útil, faz parte de nossa personalidade e não podemos prescindir dele, pois vivemos numa sociedade e precisamos estar inseridos nela, nos espelhando e nos adequando a ela. Por exemplo, vamos trabalhar de manhã e nos vestimos de acordo com as regras desta sociedade. Se vivemos no Brasil ou noutro país ocidental, estaremos vestindo um terno (os homens) uma roupa discreta e elegante (as mulheres) e nos sentiremos assim inseridos no contexto. Se vivemos num país oriental, estaremos nos vestindo de outra forma, nos comportando de outra forma, de acordo com outras regras, não é mesmo? Não são somente as regras de vestir, mas todo nosso comportamento é moldado e resulta no nosso Ego. Assim, pouco a pouco, ao crescermos, construímos em nós uma identidade, como se fosse um outro Eu. E acabamos acreditando ser esse nosso verdadeiro Eu! Mas o Eu interior, aquele que é alimentado pela centelha divina dentro de nós, este é diferente, único, não precisa de espelho, não precisa de regras. O Eu está sempre feliz!
Por essa razão, podemos fazer essa constatação: o Eu não sofre, quem sofre é o Ego. Vamos fazer um exercício: quando experimentarmos algo ruim, uma dor, por exemplo, vamos nos perguntar: é o Eu que está sofrendo ou é o ego? Creio que o Eu sofre ao ver outro ser humano sofrer e então sente aquela dor como sua e corre para aliviar o sofrimento alheio. A isso chamamos de solidariedade. O Ego, por sua vez, sofre porque vê outro ser humano ‘ter’ algo que ele não tem. O Ego sofre mais que o Eu e se aprendermos a reconhecer essa dor, esse sofrimento, se aprendermos a fazer essa diferença então viveremos mais serenos.
Muitas pessoas vivem sua vida somente movidas pelo Ego, podem desenvolver de maneira rudimentar o Eu somente para se tornar ‘chefes de manada’, melhores dentro de sua espécie, mas dificilmente desenvolvem a Consciência do Eu Interior.Quem busca o Conhecimento está desenvolvendo o Eu Interior, portanto está em busca da Identidade amadurecida. Assim, quando queremos ‘parar de sofrer’ devemos fazer a diferença entre o sofrimento do Ego e o sofrimento do Eu. Reconhecer essa diferença nos fará viver melhor, creiam-me! O Ego é um presente, pois pode tomar todo o sofrimento para si e deixar que nosso espírito use essa experiência para o crescimento! Saber reconhecer a diferença de qual das identidades está a sofrer nos possibilita viver em Paz, aceitar o sofrimento como experiência necessária para o crescimento, nos torna mais serenos, alivia imediatamente a dor. No momento em que reconhecermos essa diferença a Luz interior estará nos ajudando e aliviará nosso sofrimento.
O Bruxo e o Poder
O Bruxo e o Poder -Por Corujão
As pessoas quando ouvem que você é um Bruxo, elas pensam e deduzem que você é um ser supremo com todas as receitas, poções, magias e feitiços do mundo na sua cabeça, livro ou varinha de condão. Acho engraçado como as pessoas olham você com interesse quando você diz seguir uma determinada religião e outras com cara de espanto e pensando com qual diabo você fez um pacto.
Ser seguidor de uma religião não convencional está sendo de grande procura por todos que buscam "algo" para a sua vida. Todos ficam
sintonizados, lendo revistinhas de "Wichcraft", Seriados, ou buscando sacerdotes e/ou sacerdotisas que lhe ensinem um caminho a seguir, com suas receitas de bolos para solucionar todos os problemas da sua vida.
Vou ser sincero, se você busca uma solução para todos os seus problemas e um atalho para a felicidade, esse caminho provavelmente não é o da Bruxaria Tradicional. Não ensinamos os atalhos para o qual cada um deve seguir, nem mostramos seus animais guardiões para seres expostos como bichinhos de estimação e nem saímos em praça pública com atames e "parafernalha" pendurada pelo pescoço para dizer que somos diferentes e possuímos poder.
O caminho de um Bruxo é o de se auto-descobrir todos os dias, buscar na reflexão qual o sentido de sua jornada, lutar e enfrentar diariamente o seu maior inimigo, que é a si mesmo. O poder do Bruxo está no intuito de suas ações, buscando no caminho todo o conhecimento e sabedoria para sentar-se com os semelhantes na fogueira e compartilhar o conhecimento da batalha travada. Não buscamos títulos e reconhecimento da sociedade para nos verem como superiores, buscamos apenas o respeito de nossos semelhantes para seguirmos nosso caminho em paz e em Awen.
Para quem pretende seguir um caminho de conhecimento, sabedoria e êxtase, tem que aprender a dar valor a sua conduta. Aprender a ter humildade para reconhecer sua ignorância perante os acontecimentos, lealdade para com os amigos e honestidade consigo mesmo. Reconhecer suas fraquezas e medos, mas não deixar que ele os domine, mas buscar neles as forças necessária para ter coragem e força para seguir com a proteção dos Deuses.
Saber quem você é, qual a sua origem e valorizar seu sangue (ancestrais) é fundamental para entender como você age e se relaciona com o mundo. Vejo muitos dizendo que são bruxos e mau conseguem conversar com a sua mãe, acreditam que ser rebeldes com roupas pretas os diferenciam e dá poder para agirem da forma que desejam sem responsabilidade alguma, fazendo "feiticinhos" e unguentos que resolvam seus problemas amorosos, financeiros e familiares. Vou contar um segredinho, você é responsável por suas ações, suas derrotas e vitórias, só assim haverá crescimento, maturidade e aprendizado.
sábado, 4 de fevereiro de 2012
O Poder Pessoal e a Liderança na BT
Poder Pessoal
Quando falamos sobre poder imediatamente nos vem à cabeça o poder contextual - aquele poder relacionado ao papel social do indivíduo. Sentimos o impacto desse poder quando estamos à mercê de um regime opressor, pais controladores, ensino ditatorial, entre outros. No sentido geral o poder está vinculado à capacidade de manipular ou influenciar o outro; embora esta ação está diretamente relacionada à submissão do oprimido. Por exemplo, o poder financeiro e afetivo.
Porém o verdadeiro poder independe de manipulação, dinheiro que é o poder pessoal. Individual e intransferível, inerente de cada ser. Dele compõe a força interior, seus talentos, autoconhecimento, autodomínio, auto-estima, assumir responsabilidades nas escolhas, autenticidade, respeito, tenha objetivos e metas, capacidade de mudar, equilíbrio emocional e sua autonomia, sua habilidade ao conduzir sua vida.
Muitas vezes nos perdemos na nossa incapacidade de assumir as rédeas de nossa própria vida.
Nos perguntamos muitas vezes. Como pessoas frágeis persistem e atingem seus objetivos com muitas dificuldades e outras com tudo as mãos chegam a nada... É preciso exercitar seus talentos, vencer limites, superação... Nesse quesito também compõe o autoconhecimento e autodomínio, pois sem conhecermos a nós mesmos e sem termos controle de nossas próprias emoções jamais desenvolveremos nosso poder pessoal. Também faz parte reconhecer e aceitar nossas fraquezas e imperfeições. Nos responsabilizar pelas nossas escolhas e não passar a responsabilidade como falha do outro. É vivenciar suas escolhas sem esperar aprovação de terceiros nem se incomodar com as reprovações ou críticas. Enfim, vivenciar a própria vida independente de opinião alheia. Jamais se colocar como vítima. Aconteceu assim e pronto! É o assumir as próprias responsabilidades sem jogar para cima dos outros. Ser respeitoso consigo mesmo e autêntico. O amor e o respeitoso são conquistados ao partir de nós mesmos, com nosso amor próprio e zelo.
Abolir a palavra “medo”; medo da carência afetiva, medo da falta do dinheiro, medo do fracasso como da violência.
Quando traçamos objetivos e metas também traçamos caminhos para alcançá-los mesmo que isso envolva muitas vezes mudanças no nosso modo de pensar e agir, pois quase sempre a mudança ao nosso redor acontece a partir das nossas mudanças internas.
Quando nos trabalhamos internamente é manifestado no exterior o resultado desse aprimoramento.
“Um homem poderoso é aquele que consegue aplicar atos de poder com maestria”.
Somos poderosos quando conseguimos vencer nossos limites, conviver com nossas imperfeições, assumir nossos erros, continuar nos amando mesmo com alguns fracassos, nos respeitando, buscando sempre o conhecimento e a autenticidade. Assim, desenvolvemos nossa força interior e atingimos nossas metas fazendo com que nosso poder pessoal se manifeste.
Liderança
Anos atrás numa dinâmica sobre liderança fomos convidados para uma brincadeira onde em dado momento deveríamos nos comportar como líderes. TODOS, inclusive eu assumimos posição de mando e chefia.
Liderança pode ser exercida numa função de mando e chefia, porém o significado é muito mais abrangente e desvinculado de autoritarismo.
Podemos dizer que liderança é a arte de motivar os outros para que aspirem ações compartilhadas com objetivos comuns.
Um líder precisa desenvolver características como autocontrole, sociabilidade, flexibilidade, estabilidade emocional, conhecimentos sobre os objetivos almejados e os participantes do grupo.
É preciso sempre obter apoio e não ordenar, sugerir e não intimidar, resistir às frustrações e sempre buscar a realização.
Para que a liderança seja bem sucedida é preciso entusiasmo, auto estima e idéias entre os liderados.
É como um Mestre que deve se comportar “com humildade, dedicação e entender que é apenas um guia” orientando e muitas vezes também tendo que chamar à realidade aqueles que se iludem pelo caminho, porém buscando sempre equilíbrio e compreensão.
O líder deve se doar, ser amigo, ter responsabilidade, tolerância, cuidar (mesmo que isso implique em chamar à razão e ser mal compreendido), em razão disso ter bem desenvolvido dentro de si seu poder pessoal.
Identificar e valorizar cada elemento independente da conta bancária ou de um rosto bonito.
quarta-feira, 11 de janeiro de 2012
Um texto de outra tradição sobre a energia do corvo, meu amado guardião
“Aloha!
Narram às lendas que o Corvo era fascinado por sua sombra. Ficava olhando, brincando, tocando, arranhando, bicando e se deliciando com ela até que esta criou vida e engoliu o Corvo.
Ao olharmos para os olhos deste animal, podemos perceber que ali existe um portal para as dimensões invisíveis. Ele contém o incognoscível, o impenetrável mistério do Mundo da Criação e por isso é considerado o Guardião das Leis Sagradas e desse modo pode dobrar, manipular essas leis e moldá-las de acordo com sua vontade.
O Corvo que também é o protetor dos arquivos de toda a historia e conhecimento Ancestral. Ele nos ensina que as Leis Humanas não são as mesmas que as Leis Sagradas.
Ele nos fala que a forma como nós, humanos, vemos a realidade física é pura ilusão.
Existem milhões de Mundos, infinitas criações nas quais o Grande Mistério habita em cada uma delas.
Sua energia nesta semana é um é prenuncio de mudanças. Ou seja, devemos parar e observar como interpretamos as Leis do Grande Espírito e as leis dos humanos.
Sua energia nos alerta para sabermos se estamos infringindo alguma lei. Será que não estamos mentindo, enganando, trapaceando ou nos perdendo, fingindo que não estamos entendendo o que está nos rodeando.
O Corvo vive no vazio, no vácuo e aí não existe tempo.
Os ancestrais nos falam que o esse animal pode ver as três dimensões: passado, presente e futuro. Ele contem a luz e a escuridão, as trevas e pode enxergar tanto a realidade interna como a externa.
Ele nos faz resgatar e trabalhar com os nossos conhecimentos intuitivos sobre o bem e o mal, nos ajuda a retirar cada véu, desvendar, achar e viver a verdade, sem interferências ou vontades.
O Corvo nos ensina a endereçar com determinação e convicção as nossas vontades, desejos e objetivos para transformar e ordenar a justiça, o equilíbrio e a harmonia.
Estar pronto para caminhar nas suas palavras, falar a sua verdade, saber o seu papel, sua missão, e trabalhar com o passado, presente e futuro no aqui e agora é o presente que o Corvo nos oferece.
Quando aprendemos a trabalhar e permitir que a integridade e honra sejam os nossos Guias, a sensação de se estar sozinho é banida para sempre. Só assim a sua verdadeira vontade, seu poder pessoal poderá tornar-se a sua realidade.
Medite com o Corvo e peça que ele nos abra os véus dos mistérios.”
Munay - Wagner Frota
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